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FILOSOFIA ORIENTAL
20.12.2022
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Divinos avatares
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Avatar é a encarnação ou reencarnação de Deus. O cristianismo só reconhece um Avatar: Jesus de Nazaré, o Cristo, a segunda pessoa da Trindade. O Oriente aceita a encarnação de Deus várias vezes, daí ser mais correto dizer reencarnação. Krishna afirmou que, sempre que a humanidade entra em decadência espiritual, Ele reencarna para ensinar aos homens o caminho de retorno ao Alto.

Existem diversas correntes no hinduísmo e uma delas, muito antiga, tem sua teoria da evolução biológica, a qual atribui aos deus Vishnu, segunda pessoa da Trindade (ao lado Brahma e Shiva), e encarnação sucessiva em seres cada vez mais evoluídos: Peixe, tartaruga, Javali, Home-Leão, Anão, um Brâmane que vence um xátria (guerreiro), sendo portanto na sexta encarnação que surge o homem perfeito. A sétima, oitava e nona reencarnações são, respectivamente, Rama, Krishna e Buda. Deverá haver uma décima, Kalki, encarregado de restaurar a idade de Ouro. Esta insólita sequência de Avatares sugere claramente uma teoria de evolução das espécies.

Mas a tradição mais popular da Índia ignora esta contagem e começa a considerar os Avatares a partir de Rama ou Ram. Ainda hoje, a palavra Ram significa Deus e as últimas palavras de Gandhi, (“Ram, Ram”) significam “Deus esteja contigo e comigo”, literalmente “Deus-Deus”, ou Deus nos dois lados, no teu e no meu.

 

 

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Assim Rama é verdadeiramente o primeiro Avatar, a primeira encarnação de Deus na tradição hinduísta, mais popular e ao mesmo tempo mais depurada, por estar alicerçada em dados mais concretos: a vitória dos arianos sobre os drávidas, o choque racial entre brancos e negros, a supremacia dos primeiros absorvendo e codificando a sabedoria dos segundos. Rama está presente em muitos símbolos vivos até hoje: a bandeira branca e o manto branco representando a paz e a pureza, o lema “vencer é perdoar”, o emblema do Cordeiro, que depois reaparece com símbolo de Jesus.

 

 

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O segundo grande Avatar, pela tradição é Krishna, cuja biografia é exatamente a mesma de Jesus. Mas quem copiou quem? Ou a biografia de Jesus repete a de Krishna, ou os evangelistas foram influenciados por uma tradição pré-existente. Só o martírio difere: o de Krishna é precursor de São Sebastião. Nota-se que Krishna viveu 3000 anos antes de Cristo.

 

 

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Buda é o terceiro grande Avatar e já é uma figura histórica mais próxima (século VI a.C.). Ele rome com muitas coisas do hinduísmo e prega abertamente a fraternidade universal e a condenação das castas. É verdadeiramente o precursor de Jesus. O Ocidente, devido ao seu individualismo exacerbado, não entendeu até hoje o que seja o Nirvana (literalmente quer dizer “não-vaidade”), confundindo-o com o nada, mas é exatamente o contrário, porque é a integração no Absoluto. Nirvana corresponde fielmente ao que Jesus chamaria depois de “coração puro”, “vida eterna” e “Reino de Deus”, que está dentro do próprio homem, cabendo a ele despertá-lo.

 

 

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Jesus é o quarto Avatar. Enquanto o cristianismo não aceita nenhum dos Avatares anteriores e posteriores a Jesus, o oriente inclui Jesus entre os grandes Avatares. Jesus foi bem claro, como Krishna, em identificar-se com o Pai, dizendo que Ele e o Pai eram um só e que ninguém ia ao Pai senão por Ele. Mas Jesus não disse que era o único no tempo e no espaço, não disse que era filho único numa única existência, não criou nenhuma religião, nem dogmas, nem igrejas. O que Ele trouxe foi uma grande mensagem de amor a Deus e ao próximo, a mesmo que trouxeram outros Avatares, e não hesitou em declarar-se com um Avatar. Os orientais aceitam Jesus, mas não podem aceitá-lo como único, porque se Ele foi Deus, como explicar que outros, antes dele, tenham dito as mesmas coisas? Será que Deus seria um retardatário, chegando depois se simples mortais terem dito a verdade divina?

 

 

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Chaitanya (1485-1533) é considerado o quinto Avatar e repete a mensagem de Buda e de Jesus: amor a Deus e ao próximo, desprendimento, fim do egoísmo, condenação das castas, fraternidade universal, devoção, piedade, respeito à vida em todas as suas manifestações. Curiosamente, a vida deste grande Avatar coincide com a chegada dos portugueses à Índia, levando o cristianismo, porém encontrando uma comunidade de cristãos lá, muito antiga, que se dizia descendente do apóstolo São Tomé, e uma comunidade de judeus tão antiga que não tinham em sua Bíblia o cativeiro da Babilônia (isto é, tinham ido para lá antes do tal evento). Outra particularidade: os livros de Moisés deles diferem dos da tradição ocidental e parecem mais esotéricos e menos exotéricos.

 

 

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O sexto grande Avatar é Ramakrishna (1836-1886), que antes de Gandhi veio abalar a Índia Britânica com sua mensagem ecumênica. Ramakrishna, como Jesus, apresenta uma pureza desde a infância: não foi preciso esforço, nem luta interior, para atingir a perfeição; esteve sempre desprendido de ambições, de vaidade, de interesses materiais e de prazeres. Ramakrishna teve seu primeiro êxtase aos oito anos de idade. O martírio de Ramakrishna foi uma doença que o consumiu, mas teve a mesma significação do de Jesus: o sacrifício pelos pecados alheios. Aqueles que iam buscar proteção e cura em Ramakrishna, obtinham-nas, mas o Mestre absorvia os sofrimentos deles.

Ramakrishna disse: “A enfermidade de meu corpo é causada pelos pecados dos que vêm e tocam meus pés. Eu purifico os pecadores, tomando sobre mim seus pecados e sofrendo por eles, tal qual aquele que foi Rama, Buda, Cristo e Chaitanya (...) Minha enfermidade é para ensinar à humanidade como ela há de pensar acerca do Espírito e como pode viver na consciência de Deus mesmo quando o corpo esteja sofrendo uma extrema dor (...) Quem praticar a décima sexta parte do que eu disse e fiz obterá com segurança a consciência divina nesta vida.”

 

 

Fonte: Ramakrishna, o Grande Avatar, Felippe Cocuzza, Madras

 

 

Acompanhe o mantra com Daniel Meneghetti:

 

 

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